Lidero há muitos anos e, ao longo dessa jornada, aprendi uma verdade simples, mas poderosa: ninguém lidera bem os outros sem primeiro liderar a si mesmo.
Já vi (e vivi) momentos em que minha rotina estava organizada, minha disciplina estava afiada, e eu conseguia manter tudo sob controle. Mas também já passei por fases onde o caos tomava conta, onde minha própria desorganização impactava minha liderança, e onde eu percebia que estava cobrando dos outros algo que nem eu mesma conseguia entregar.
A verdade é que não dá para estar 100% alinhado o tempo todo. O ciclo da vida muda, surgem desafios, prioridades se rearranjam. Mas um líder precisa, acima de tudo, ter consciência disso e buscar o equilíbrio.
O primeiro liderado é você
Se tem uma coisa que aprendi, é que liderança não é sobre ter todas as respostas, mas sobre ter consistência. Um líder que não consegue gerenciar a própria rotina, manter compromissos ou controlar emoções perde a credibilidade diante da equipe.
Já passei por períodos em que minha agenda estava um caos, em que eu reagia mais do que planejava, e sei que isso impactava minha equipe. Nessas horas, percebi que era necessário voltar ao básico e relembrar o que realmente importa:
✅ Disciplina para fazer o que precisa ser feito, mesmo sem vontade.
✅ Gestão do tempo para evitar correr atrás do prejuízo.
✅ Autocontrole para não deixar emoções tomarem decisões.
✅ Autenticidade para não fingir que está tudo bem quando não está.
Quando eu me perco nesses pontos, percebo rapidamente que minha equipe sente. Se estou desorganizada, a equipe se torna mais desorganizada. Se estou emocionalmente instável, o ambiente se torna mais tenso. E é assim que a gente aprende que a liderança que exercemos nos outros começa pelo que fazemos com a gente mesmo.
O exemplo sempre fala mais alto
Eu já tentei, como muitos líderes, dar discursos inspiradores enquanto internamente estava um caos. E sabe o que acontece? O time percebe. A equipe segue o que vê, não o que ouve.
Por isso, algumas pequenas ações fazem toda a diferença:
✅ Cumprir o que prometo, mesmo que seja algo pequeno. Minha palavra precisa valer mais que qualquer regra.
✅ Cuidar da minha energia. Se estou exausta e sem clareza, minha equipe sente isso.
✅ Aceitar que nem sempre vou estar no meu melhor. Mas ser honesta sobre isso e buscar o reequilíbrio.
✅ Parar de dar desculpas. Se algo não saiu como esperado, em vez de justificar, aprender com isso.
Aceitar os ciclos da vida faz parte da liderança
Nem sempre a gente consegue estar no auge da disciplina e do controle. A vida acontece, e tudo bem. O importante é reconhecer quando estamos saindo do eixo e nos ajustarmos antes que isso impacte negativamente aqueles que lideramos.
Jordan Peterson tem uma frase que sempre me faz refletir: “Antes de criticar o mundo, arrume seu próprio quarto.” Essa ideia me lembra que, antes de exigir mudanças externas, preciso garantir que estou no controle da minha própria jornada.
Conclusão
Liderar a si mesmo não significa ser perfeito, mas sim ser consciente. Ter humildade para reconhecer falhas, coragem para se ajustar e disciplina para seguir em frente.
Então, ao invés de perguntar “estou sendo um líder perfeito?”, talvez a melhor pergunta seja:
“Estou sendo um líder real, que reconhece os próprios desafios e busca equilíbrio?”
Se a resposta for sim, é isso que realmente importa.