Lidere a si mesmo antes de querer liderar os outros
Lidere a si mesmo antes de querer liderar os outros

Lidere a si mesmo antes de querer liderar os outros

Lidero há muitos anos e, ao longo dessa jornada, aprendi uma verdade simples, mas poderosa: ninguém lidera bem os outros sem primeiro liderar a si mesmo.

Já vi (e vivi) momentos em que minha rotina estava organizada, minha disciplina estava afiada, e eu conseguia manter tudo sob controle. Mas também já passei por fases onde o caos tomava conta, onde minha própria desorganização impactava minha liderança, e onde eu percebia que estava cobrando dos outros algo que nem eu mesma conseguia entregar.

A verdade é que não dá para estar 100% alinhado o tempo todo. O ciclo da vida muda, surgem desafios, prioridades se rearranjam. Mas um líder precisa, acima de tudo, ter consciência disso e buscar o equilíbrio.

O primeiro liderado é você

Se tem uma coisa que aprendi, é que liderança não é sobre ter todas as respostas, mas sobre ter consistência. Um líder que não consegue gerenciar a própria rotina, manter compromissos ou controlar emoções perde a credibilidade diante da equipe.

Já passei por períodos em que minha agenda estava um caos, em que eu reagia mais do que planejava, e sei que isso impactava minha equipe. Nessas horas, percebi que era necessário voltar ao básico e relembrar o que realmente importa:

Disciplina para fazer o que precisa ser feito, mesmo sem vontade.
Gestão do tempo para evitar correr atrás do prejuízo.
Autocontrole para não deixar emoções tomarem decisões.
Autenticidade para não fingir que está tudo bem quando não está.

Quando eu me perco nesses pontos, percebo rapidamente que minha equipe sente. Se estou desorganizada, a equipe se torna mais desorganizada. Se estou emocionalmente instável, o ambiente se torna mais tenso. E é assim que a gente aprende que a liderança que exercemos nos outros começa pelo que fazemos com a gente mesmo.

O exemplo sempre fala mais alto

Eu já tentei, como muitos líderes, dar discursos inspiradores enquanto internamente estava um caos. E sabe o que acontece? O time percebe. A equipe segue o que vê, não o que ouve.

Por isso, algumas pequenas ações fazem toda a diferença:

Cumprir o que prometo, mesmo que seja algo pequeno. Minha palavra precisa valer mais que qualquer regra.
Cuidar da minha energia. Se estou exausta e sem clareza, minha equipe sente isso.
Aceitar que nem sempre vou estar no meu melhor. Mas ser honesta sobre isso e buscar o reequilíbrio.
Parar de dar desculpas. Se algo não saiu como esperado, em vez de justificar, aprender com isso.

Aceitar os ciclos da vida faz parte da liderança

Nem sempre a gente consegue estar no auge da disciplina e do controle. A vida acontece, e tudo bem. O importante é reconhecer quando estamos saindo do eixo e nos ajustarmos antes que isso impacte negativamente aqueles que lideramos.

Jordan Peterson tem uma frase que sempre me faz refletir: “Antes de criticar o mundo, arrume seu próprio quarto.” Essa ideia me lembra que, antes de exigir mudanças externas, preciso garantir que estou no controle da minha própria jornada.

Conclusão

Liderar a si mesmo não significa ser perfeito, mas sim ser consciente. Ter humildade para reconhecer falhas, coragem para se ajustar e disciplina para seguir em frente.

Então, ao invés de perguntar “estou sendo um líder perfeito?”, talvez a melhor pergunta seja:

“Estou sendo um líder real, que reconhece os próprios desafios e busca equilíbrio?”

Se a resposta for sim, é isso que realmente importa.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *