Quando promover alguém dói: ciúmes e orgulho na liderança
Quando promover alguém dói: ciúmes e orgulho na liderança

Quando promover alguém dói: ciúmes e orgulho na liderança

Liderar é sobre desenvolver pessoas, preparar novos líderes e vê-los crescer. Parece bonito na teoria, mas na prática… nem sempre é fácil. Já passei por situações em que vi alguém da minha equipe sendo promovido e senti um aperto no peito que eu não queria admitir.

Não era inveja, mas também não era só felicidade. Era um misto de orgulho, medo, ciúmes e até uma pontinha de insegurança. Afinal, se essa pessoa está crescendo, o que isso significa para mim? Estou ficando para trás? Meu espaço está ameaçado? Será que, depois de tanto ensinar, agora serei deixada de lado?

Por mais que a gente saiba racionalmente que desenvolver pessoas é um dos papéis mais nobres da liderança, o emocional nem sempre acompanha a lógica.

O lado humano do líder: reconhecer os sentimentos

A pior coisa que um líder pode fazer é fingir que não sente nada. Orgulho e ciúmes são sentimentos naturais, e ignorá-los só os torna mais fortes.

O problema não é sentir. O problema é deixar que isso afete suas ações.

Se não souber lidar com essas emoções, um líder pode acabar sabotando, consciente ou inconscientemente, aqueles que deveriam estar crescendo. Pequenos comportamentos como não dar autonomia, criticar demais ou minimizar conquistas podem ser sinais de um orgulho ferido.

Por isso, quando percebo esses sentimentos surgindo, tento fazer três coisas:

1️⃣ Reconhecer o que estou sentindo. Em vez de empurrar para debaixo do tapete, eu nomeio: “Estou sentindo ciúmes.” “Estou me sentindo ameaçada.” Isso me ajuda a ter clareza.

2️⃣ Separar o que é emoção do que é realidade. O crescimento de outra pessoa não significa a minha estagnação. O sucesso do outro não diminui o meu valor.

3️⃣ Mudar a perspectiva. Se eu ajudei alguém a crescer, isso significa que minha liderança deu certo. Esse é o verdadeiro legado.

O verdadeiro papel do líder: criar sucessores

Sempre que começo a sentir que estou “perdendo” alguém para uma nova oportunidade, tento lembrar que um bom líder não mede seu impacto pelo número de seguidores que tem, mas pelo número de líderes que forma.

Se alguém da minha equipe cresceu ao ponto de assumir mais responsabilidades, significa que fiz um bom trabalho.

O desafio é transformar essa visão em ação:

Celebre a conquista. Mesmo que doa um pouco, demonstre apoio genuíno. Isso fortalece a confiança e cria uma cultura saudável de crescimento.

Se concentre no próximo desafio. Se esse líder cresceu, quem será o próximo? Sempre haverá novos talentos para desenvolver.

Lembre-se: liderança não é sobre poder. Se perder um cargo ou um título te assusta, talvez seja hora de refletir sobre o que realmente te motiva na liderança.

Conclusão

Promover alguém pode doer. Pode despertar inseguranças que a gente nem sabia que tinha. Mas liderar é sobre algo muito maior do que a nossa posição. É sobre criar um ambiente onde o crescimento de um não significa a queda do outro, mas sim a evolução de todos.

Então, da próxima vez que sentir esse aperto no peito ao ver alguém da sua equipe subir, pergunte-se:

“Essa dor vem do medo de perder ou do orgulho de ter feito parte desse crescimento?”

Se for a segunda opção, parabéns. Você está no caminho certo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *