Hoje, enquanto esperava meu voo, presenciei uma cena que, infelizmente, acontece com mais frequência do que deveria. Um executivo, sentado ao meu lado, conduzia uma reunião estratégica em alto e bom som. Falava sobre LAJIDA, decisões financeiras, problemas internos e, para completar, xingava e discutia com alguém do outro lado da linha. Tudo isso em um espaço público, cercado por desconhecidos — e quem sabe até por concorrentes atentos.
Essa situação levanta uma questão essencial para qualquer empresa: quanto de informação sensível é exposta por pura falta de discrição?
Muitas empresas investem milhões em segurança da informação, e devem investir ainda mais no fator humano. Vazamentos nem sempre acontecem por hackers ou espionagem industrial — às vezes, é só um profissional descuidado que transforma um café ou um aeroporto em sala de reunião.
O papel do líder na construção de uma cultura de segurança
Aqui entra a responsabilidade da liderança. Não basta apenas implementar políticas de segurança; é preciso educar a equipe sobre o que significa, na prática, preservar informações estratégicas. O líder tem o papel de orientar e, mais do que isso, dar o exemplo.
Se um gestor ou executivo trata dados sigilosos com negligência, como esperar que sua equipe faça diferente? Como cobrar comprometimento com a confidencialidade se, na primeira oportunidade, o próprio líder expõe informações sensíveis para quem quiser ouvir?
A cultura de segurança começa no topo. Pequenas atitudes, como escolher o ambiente certo para reuniões estratégicas, usar fones de ouvido em chamadas confidenciais e evitar discutir números e decisões em locais públicos, fazem toda a diferença.
Porque no final das contas, a concorrência pode não precisar de espionagem — basta um café na mesa ao lado.